Um pouco de história...
Voo a vela, às vezes referida como planadorismo é a atividade do voo em planadores, um ramo da aviação desportiva praticada desde os primórdios da aviação. Teve desenvolvimento acentuado no período de 1920 a 1940 na Alemanha, se tornando uma atividade altamente competitiva e tecnologicamente avançada.
O planador foi o primeiro tipo de aeronave a fazer uso em larga escala de materiais compostos para sua construção já na década de 1960, além de fomentar o desenvolvimento cada vez mais refinado de aerodinâmica avançada e eletrônica embarcada. Os primeiros computadores eletrônicos de planeio surgiram nos anos 1970, e já em 1992 teve início o uso de aparelhos receptores de GPS's portáteis nos cockpits de planadores de competição. Em 1995 seu uso já era generalizado no esporte ao redor do mundo, inclusive no Brasil, tanto com GPS's portáteis como também com os chamados Flight Data Recorders (FDR) ou Registradores de vôo GPS acoplados aos computadores eletrônicos de planeio.
Modalidades de Voo
Térmicas - Embora existam muitas modalidades de voo a vela, a mais comum é a que utiliza as correntes ascendentes de origem convectiva para incrementar sua altitude. É o chamado Vôo em Térmicas.
Voo de colina - Em que o piloto utiliza o vento que vai de encontro a uma colina (chamado de corrente orográfica), subindo e elevando consigo o planador. Esse vôo é sempre realizado a barlavento da colina, pois do outro lado a corrente de ar é descendente.
Onda estacionária - Em que se alcançam altitudes muito elevadas nas quais se podem atingir distâncias realmente grandes. O atual record mundial de distância de 3.009 km foi batido nestas condições, na região dos Andes Argentinos em 2003.
Voo dinâmico - Executada principalmente por certas aves marinhas como o Albatroz, esta modalidade aproveita o diferencial de energia criado pela zona de atrito entre diferentes massas de ar. Experimentada em planador nos anos 80 pelo piloto australiano Ingo Renner, esta modalidade ainda é muito pouco explorada pela comunidade volovelística, mas novos projetos de planador visam contemplá-la.
No Brasil
O Vôo em Térmicas é a modalidade mais difundida no Brasil e no mundo. É a modalidade utilizada também pelas grandes aves, como os urubus, Cegonhas, Condores, Albatrozes e tantos outros, desde tempos imemoriais. Embora não seja um esporte de massa, o vôo a vela no Brasil é mais difundido nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Em termos meteorológicos, as melhores condições para vôos de distância no Brasil estão nas seguintes áreas: Noroeste do Rio Grande do Sul; Centro e Norte do Estado de São Paulo; Planalto Central (Formosa, no estado de Goiás); sul do Ceará, Piauí, oeste de Pernambuco e Oeste da Bahia, no Nordeste, embora praticamente não existam clubes nessas áreas do Nordeste (com exceção de Caruaru-PE). São alguns pilotos do Sudeste que constumam explorar estas áreas de tempos em tempos; lá foi batido o recorde brasileiro de distância, com mais de 1000 km voados pelo piloto Thomas Milko.
A indústria aeronática brasileira também desenvolveu alguns planadores, entre eles: Neivão, BN-1, Quero-Quero, Urupema, Nhapecan e P1.